Porque é que a imagem no Photoshop parece diferente da impressão?

1. O monitor não está calibrado

Mesmo o melhor monitor do mundo mostra cores de forma enganadora se não for calibrado e perfilado corretamente.

Nota importante: não é do âmbito deste artigo, mas os termos “calibrado” e “perfilado” representam realidades e conceitos distintos.

  • Sem calibração, o branco pode, por exemplo, estar demasiado azulado ou amarelado.
  • A gama de cores pode estar desajustada, levando a interpretações erradas de saturação e contraste.
  • A luminosidade pode estar demasiado alta, fazendo parecer que a imagem está mais clara do que realmente está e no que concerne à realidade expressa por uma impressora este é um dos pontos mais frequentes.

Solução para os problemas expostos: Calibração regular com um colorímetro (como o i1Studio ou o ColorMunki) e uso de um perfil ICC de monitor devidamente produzido e actualizado.


2. Soft-proofing desactivado ou mal configurado

Se não estiver a usar o perfil ICC do papel no Photoshop (via soft-proofing), está a confiar numa visualização genérica que não tem em conta as limitações do papel e da impressora.

  • Papéis mate têm, por exemplo, gamuts mais pequenos que papéis brilhantes.
  • Determinadas cores vibrantes (azuis eléctricos, verdes saturados) saem quase sempre do gamut do papel e são automaticamente “comprimidas”.
  • A densidade do preto varia consoante o tipo de papel (DMax).

Solução para os problemas expostos: Activar o soft-proofing e simular a cor do papel e da tinta para obter uma pré-visualização realista.


3. Espaço de cor mal gerido ou ficheiro sem perfil incorporado

Se o ficheiro estiver em sRGB, AdobeRGB ou ProPhotoRGB mas sem o perfil ICC incorporado, o software de impressão ou o estúdio pode interpretá-lo erradamente.

  • Um ficheiro em ProPhoto interpretado como sRGB resultará em cores lavadas e sem contraste.
  • O inverso pode gerar exageros cromáticos artificiais.

Solução para os problemas expostos: Trabalhar sempre com perfis incorporados no ficheiro (Embed Profile em Photoshop: Sim! Sempre!).


4. A luz ambiente está a enganar

O ambiente em que vê a impressão tem uma enormíssima influência na percepção da cor:

  • Luz quente (2700K) faz tudo parecer mais amarelo.
  • Luz fria (6500K+) pode “endurecer” os contrastes.
  • Luz insuficiente reduz a percepção do detalhe.

Solução para os problemas expostos: Avaliar impressões sob luz neutra (idealmente 5000K – norma ISO 3664) e evitar comparar directamente com o monitor. Actualmente existe uma corrente de opinião informada que aponta para uma temperatura de cor mais próxima dos 6000/6200K para visualização de peças resultantes de impressão FineArt.


5. Expectativas não ajustadas à realidade do papel

Cada papel tem uma resposta cromática própria. Esperar que um papel mate reproduza um azul elétrico como um papel brilhante leva a desilusões.

  • Papéis artísticos com textura tendem a reduzir o contraste aparente por causa da forma como reflectem a luz.
  • A ausência ou presença de optical brighteners ()OBA) em certos papéis de arquivo influencia o branco final.
  • Tons escuros tendem a “fechar” mais em papéis de algodão.

Solução para os problemas expostos: Conhecer as características do papel escolhido e comprar uma prova antes da tiragem final.


Conclusão

A impressão fineart é o ponto culminante de um processo técnico e artístico exigente. As diferenças entre o ecrã e o papel são naturais, mas podem ser amplamente controladas com boas práticas de gestão de cor.

Na Pigmento Coolectivo, asseguramos que cada etapa — desde o perfil ICC à prova — está alinhada com os padrões mais exigentes da impressão profissional. E estamos sempre disponíveis para ajudar os nossos clientes a compreender e dominar esse processo.

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