Introdução
Secção: Impressão FineArt
KB2025PC: Informação Técnica / Química
Alguma vez imprimiu uma fotografia e sentiu que os brancos pareciam demasiado “elétricos”, frios ou quase azulados? Não foi impressão sua — foi química.
Compreender a relação entre o Papel Fine Art e OBA (Agentes de Alvura Ótica) é crucial, pois este efeito “branco-luminoso” pode ser o maior inimigo da longevidade da sua obra. Na Pigmento Coolectivo, acreditamos que escolher o papel certo é tão importante como a edição da imagem.
Hoje vamos desmistificar a Fluorescência e ajudá-lo a decidir: deve escolher um branco “puro e químico” ou um branco “natural e eterno”?

1. O que é o “Branco Artificial” (Fluorescência)?
Se colocar uma camisa branca sob a “luz negra” de uma discoteca, ela brilha intensamente. O princípio nos papéis é o mesmo.
Muitos fabricantes adicionam Agentes de Alvura Ótica (conhecidos por OBAs – Optical Brightening Agents) à pasta de papel.
O que estes agentes fazem é um truque de luz:
- Absorvem a luz Ultravioleta (UV) invisível.
- Refletem-na de volta como luz azul visível.
- O nosso olho mistura esse azul com o amarelo natural do papel e vê um branco brilhante.
O Lado Bom vs. O Lado Mau
- A Vantagem: As imagens ganham um “pop” de contraste imediato. As cores parecem vibrantes e o papel parece ultra-limpo.
- O Problema: A química esgota-se. Com o passar dos anos (e a exposição à luz), os OBAs deixam de funcionar e o papel volta à sua cor natural (amarelada). Ou seja, a obra muda de cor com o tempo.
2. As nossas recomendações: O que escolher na Pigmento?
Para facilitar a sua escolha, dividimos os nossos papéis em duas categorias, dependendo do objetivo da sua impressão.
Opção A: Papéis com OBAs (Para Impacto Imediato)
São ideais para fotografia comercial, portfolios de design, exposições temporárias ou arte decorativa onde se procura aquele “branco gelo” moderno.
- O nosso favorito: MediaJET Litho White Matt
- Porquê: Um mate ultra-suave com um branco perfeito para ilustrações vibrantes e fotografia a cores.
- A alternativa High-Gloss: Ilford Galerie Metallic
- Porquê: Para um look “cibachrome” onde o impacto visual é tudo.
Opção B: Papéis OBA-Free (para museus, colecionadores, etc.)
Se está a imprimir uma Edição Limitada, uma obra para venda a colecionadores ou para arquivo museológico, evite os OBAs. Estes papéis usam a brancura natural do algodão ou da alfa-celulose. O branco é mais “creme” e quente, mas durará 100+ anos sem alteração visível.
- A escolha clássica: Hahnemühle Photo Rag 308
- O standard da indústria para algodão mate.
- Uma das nossas escolha “Smart”: MediaJET Museum Natural Smooth 310
- Qualidade de algodão museológico com um custo mais interessante.
- Para textura: Ilford Washi Torinoko
- Papel japonês de tom quente, totalmente natural.
3. O Rei da estabilidade: O papel baritado
Existe uma terceira via. Se quer um papel que seja branco (e não creme), mas que não use truques químicos que desaparecem, a resposta é a Barita.
Os papéis baritados (como usávamos em câmara-escura no tempo do analógico) têm uma camada de Sulfato de Bário (BaSO₄). Este mineral reflete a luz de forma natural.
- A diferença visual: enquanto os papéis com OBA têm um branco “frio/elétrico”, a Barita tem um branco “elegante/fotográfico”.
- Na Pigmento: Recomendamos vivamente os papéis Hahnemühle Photo Rag Baryta 315, o Hahnemühle FineArt Baryta Satin 300. Num patamar de custo mais económico sugerimos o MediaJET PhotoArt White Baryta 310 ou o clássico Ilford Gold Fibre Gloss 310 (nem sempre disponível). São os papéis de eleição para fotografia a Preto & Branco de alto contraste.
4. O Teste da “Luz da Sala” (Metamerismo)
Já lhe aconteceu imprimir uma foto, adorar a cor no estúdio onde a imprimiu, mas odiá-la quando chega a sua casa? Isso acontece frequentemente com papéis ricos em OBAs.
Como a brancura deles depende da luz UV:
- Na rua (luz do dia): O papel parece super branco.
- Em ambiente doméstico (luz LED amarela): O papel perde o brilho e as cores parecem “mortas” ou diferentes.
Os papéis Sem OBA ou Baritados são mais estáveis. O que vê na nossa luz calibrada é muito próximo do que o colecionador verá na parede dele.
Conclusão: Qual devo usar?
Não há uma resposta errada, apenas a ferramenta certa para o trabalho certo.
| O seu Objetivo | A Nossa Recomendação |
| Exposição Temporária / Design / Publicidade | Papéis com OBA (Branco brilhante) |
| Edição Limitada / Venda de Arte / Museu | Papéis OBA-Free (Algodão ou Alfa-Celulose) |
| Fotografia P&B Clássica | Papel Baritado |
Ainda na dúvida? Não arrisque a sua arte.
A teoria é boa, mas nada bate ver e tocar no papel.
Sabemos que é difícil escolher através de um ecrã. Por isso, criámos o Pack de Amostras Personalizado Pigmento.
Não enviamos fotos genéricas. Envie-nos a SUA imagem, e nós imprimimos pequenas provas nos papéis que quiser testar (Baritado, Algodão, Mistura, etc.).
- Custo Simbólico: Apenas para cobrir materiais, embalagem e portes.
- Oferta: A partir de fevereiro de 2026, devolvemos o valor do pack como desconto na sua encomenda final.
👉 [Peça aqui o seu Pack de Amostras e tire as dúvidas a limpo]
Quer saber mais sobre agentes de alvura? Uma extraordinária fonte de informação dentro deste panorama da impressão é a tese de Mestrado de Vitor Manuel Pinto Pedro, "Agentes de Alvura - Avaliar a influência dos Agentes de Alvura, ou Brilho Ótico, em amostras de substratos para impressão", disponível no Repositório Comum, no URL: https://comum.rcaap.pt/entities/publication/6a1789f9-9a94-4255-8f4d-6d5079c9f19c
Curiosidade:
Investigadores da Purdue University (EUA) desenvolveram a tinta mais branca registada até agora, com reflexividade de cerca de 98,1 % da luz solar incidente. A “magia” está numa altíssima concentração de sulfato de bário no revestimento — partículas de BaSO₄ que dispersam intensamente a luz visível — o que faz com que a superfície pareça quase branquíssima e, simultaneamente, reduza a absorção de calor.
Noutro patamar, mais ligado ao uso decorativo e comercial, também existe uma espécie de “corrida ao branco”. No mundo das tintas para interiores há tonalidades que procuram ser as “mais brancas” possíveis para paredes: por exemplo, a tinta da marca Behr, chamada “Ultra Pure White”, apresenta um valor de reflectância luminosa (LRV) muito elevado, na ordem dos 94,4, isto para o mercado residencial.








