O que diabo é giclée?!

Giclée é uma daquelas expressões que “já chegou a ser famosa”, entretanto foi permutada por outras mais modernas (não obstante, menos glamorosas) e hoje, quais calças boca de sino renascidas das cinzas e recuperadas para a pista de dança, está de volta em grande estilo.

A palavra Giclée (leia-se /jiclê/ e nunca /guiclé/, ou mesmo /glicê/) deriva do verbo francês “gicler“, embora alguns acreditem que derive de “gicleur“, que é como quem diz “pulverizador”. Seja como for, pretende ilustrar um processo de impressão na forma de “esguicho” de gotículas de tinta. Deixaremos questões mais técnicas – embora igualmente interessantes – para outros posts.

O termo Giclée foi cunhado em 1991 (é verdade, já lá vão mais de 30 anos) pelo saudoso Master Printer Jack Duganne, numa tentativa de retirar a conotação negativa (correcta à altura) associada ao processo de impressão por jato de tinta (inkjet), que apontava sempre para aquelas impressoras de secretária, muito apreciadas em ambiente doméstico.

Jack Duganne utilizou durante muito tempo impressoras Iris (Iris Graphics), que, à época, representavam – provavelmente – um dos melhores sistemas de impressão de médio e grande formato em jato de tinta e eram, efectivamente, muito usadas em agências de publicidade e estúdios gráficos, sobretudo “do outro lado do lago”. No seu atelier em Santa Mónica (California, EUA), também fez uso de uma Colorspan Series XII Display Maker, um verdadeiro “monstro” nos equipamentos de impressão deste tipo.

Giclée print para Emma Lopes - Narwhal em Hahnemühle Photo Rag 308
Detalhe de “NARWHAL” por Emma Lopes em Hahnemühle Photo Rag 308g/m2 pela Pigmento Coolectivo #bypigmentocoolectivo

O que é então uma impressão gilclée?

Uma impressão giclée nada mais é do que uma “gravura” obtida a partir de uma imagem digital, posteriormente imprimida sobre papel através de um processo muito específico. É uma técnica que se pode considerar “recente”, sobretudo porque ainda apresenta elevado potencial e espaço para inovação, isto claro, desde que a força de investimento de marcas como a Canon e a EPSON, perdure. Felizmente, ambas as marcas veem neste tipo de impressão um nicho verdadeiramente desafiante.

Para a produção de uma “gravura”, é requerido um processo de transferência da imagem original para outro meio. Perante este argumento, podemos então definir muitas formas de “gravuras”, algumas consideravelmente antigas, mas como exemplos principais destacam-se: a xilogravura, a litografia, a serigrafia e, hoje, o giclée. Não significa isto que exista elevada similitude nos processos, apenas nos objetivos.

O giclée – nome vulgarmente dado à peça impressa – vem ganhando considerável espaço no universo da ilustração, fotografia e outras artes visuais, por força da sua extraordinária qualidade, permanência (ou longevidade) e claro, pelo grau de fidelidade em relação a obra original.

Hoje, o termo giclée deve ser utilizado para descrever o seguinte: uma impressão a jacto de tinta que combina tintas à base de pigmentos minerais com papel de qualidade de arquivo (permanência elevada), num processo de excepcional gestão de cor e realizado numa impressora de médio ou grande formato de 10 ou mais tintas. Doze, no caso das impressoras usadas na Pigmento.

Deve ser objectivo final, a obtenção de impressões giclée de superior qualidade de arquivo, elevada resistência à luz e soberba estabilidade química.

Toda a impressão – mas sobretudo a impressão giclée – deve ser realizada num ambiente controlado com fluxo profissional de gestão de cores. Este tipo de impressão oferece suavidade e riqueza de cores e a garantia de que a impressão representa o trabalho original do artista da maneira mais aproximada possível.

Permanência de uma Giclée Print

A permanência da imagem é uma preocupação de artistas e colecionadores. As estimativas de envelhecimento – baseadas em análises laboratoriais – apontam para uma resistência ao desvanecimento e mudança de cor de mais de 200 anos em condições ideais (armazenamento no escuro a 22,7ºC e 50% H.R.), e de até 86 anos em exposição sob vidro.

A impressão giclée (ou giclée print para os mais universalistas) é, no fundo, uma forma de reprodução apresentada aos artistas cuja produção em massa dos seus trabalhos é inviável. A impressão giclée permite reproduzi-los com garantia de qualidade, de permanência e fidelidade ao original.

Como imprimimos na Pigmento Coolectivo…

As nossas impressões giclée são criadas através do uso de impressoras Canon (no sistema de 11 tintas + Chroma Optimizer), tintas Lucia PRO originais, que com uma cabeça de impressão com 18432 nozzles injetores (1536 por canal),  é capaz de produzir uma faixa tonal de extraordinária continuidade, gama extremamente ampla e pretos muito profundos.

Naturalmente, o processo de calibração de dispositivos e a criação de perfis de cor adequados e personalizados, são a base de qualquer serviço de impressão de excelência, mas isso é assunto para outra altura.

A Pigmento vai de férias! Estaremos encerrados entre 4 e 17 de setembro. Mais informações

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